Lula, na Conferência de C&T, recebe proposta de do primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA)
Nesta terça-feira, 30, na abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que voltou a se realizar após 14 anos – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a proposta do primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), o qual havia encomendado no início deste ano ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT).
“O que vocês fizeram hoje, de me entregar um documento sobre uma inteligência artificial, pensada pela universidade brasileira, pensada pelos cientistas brasileiros, é um marco neste país. O dia de hoje é marcante para a sociedade brasileira. O Brasil precisa aprender a voar. Nós somos grandes. Nós temos inteligência. O que nós precisamos é ter ousadia de fazer as coisas acontecerem”, enfatizou o presidente.
Lula afirmou que deseja que a inteligência artificial seja uma fonte de geração de empregos no país. E anunciou que vai discutir a proposta do PBIA com os ministros na próxima semana para que ela seja colocada em prática.
“Na semana que vem, já vou ter uma reunião com ministros para apresentar a nossa proposta de política de inteligência artificial que vocês nos entregaram. E, a partir daí, vamos tomar decisões para saber como é que a gente vai fazer essa coisa acontecer de fato e de direito neste país”, disse.
Quem banca?
A proposta do PBIA foi aprovada na segunda-feira ,29, durante reunião do CCT. O plano prevê R$ 23 bilhões em investimentos entre 2024 e 2028, com recursos de fontes como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e setor privado.
“Esse plano é ousado e viável, é robusto e factível, porque tem um investimento público que se equipara aos da União Europeia”, afirmou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos. “O Brasil tem muitos dados que são cobiçados pelas grandes big techs. E nós vamos ter os nossos dados. Haverá de ter uma integração, que não há hoje, e com nuvem própria, soberana, com linguagem brasileira. Soberania e autonomia para fazer valer a inteligência do nosso país”, completou.
A ministra também pontuou que a realização da conferência representa um marco importante para a ciência brasileira. “É o coroamento da retomada do diálogo e da participação. Sem diálogo, sem participação popular, sem essa escuta, sem essa relação dialética que faz com que a gente acerte mais na política pública, nós não chegaríamos até aqui”, declarou.
O futuro da IA e as recomendações de novas políticas ligadas a essa tecnologia serão abordados na conferência, que dará destaque a temas urgentes, como mudanças climáticas, transição energética, financiamento da ciência, políticas de apoio à inovação nas empresas, transição demográfica e outros.
PBIA
A construção do plano de IA envolveu um processo participativo de quatro meses, com mais de 300 pessoas, realização de oficinas, conversas bilaterais com a iniciativa privada, especialistas e sociedade civil organizada. A meta é que o Brasil possa garantir sua autonomia e soberania nessa área.
O plano aprovado tem entre os objetivos equipar o Brasil com infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento — incluindo um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo — alimentada por energias renováveis; desenvolver modelos avançados de linguagem em português, com dados nacionais que abarcam nossas características culturais, sociais e linguísticas para fortalecer a soberania em IA; e promover a liderança global do Brasil em IA por meio do desenvolvimento tecnológico nacional e ações estratégicas de colaboração internacional.
(da redação com informações de assessoria. Edição: Politica Real)